IRR 143 do TST muda regras sobre dano moral por verbas rescisórias. Entenda a nova tese vinculante, impactos práticos e como comprovar lesão. Guia completo 2025.
IRR 143 do TST: Entenda a Nova Regra sobre Dano Moral por Verbas Rescisórias [2025]
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) fixou, em maio de 2025, uma tese de grande impacto no direito trabalhista: o IRR 143. Esse precedente vinculante muda o entendimento sobre a possibilidade de indenização por dano moral decorrente da ausência ou atraso no pagamento de verbas rescisórias.
O que é o IRR 143 e Por que é Importante?
A decisão do TST firmou que o simples atraso ou ausência na quitação das verbas rescisórias não gera automaticamente dano moral indenizável. Para que a indenização seja devida, o trabalhador deve comprovar lesão concreta a seus direitos de personalidade.
Isso representa uma mudança de paradigma, pois muitos tribunais regionais reconheciam o dano moral de forma in re ipsa, isto é, presumida pelo fato do atraso.
A Tese Vinculante do TST: Mudança de Paradigma
Texto da Decisão
"A ausência ou o atraso na quitação das verbas rescisórias, por si só, não configura dano moral indenizável, sendo necessária a comprovação de lesão concreta aos direitos de personalidade do trabalhador."
Fundamentação Jurídica
O TST baseou-se nos arts. 186 e 927 do Código Civil, que exigem a comprovação de dano efetivo para que haja indenização.
Diferença da Jurisprudência Anterior
Antes do IRR 143, muitos tribunais regionais (TRTs) reconheciam o dano moral sem necessidade de prova específica. Agora, a regra é clara: é preciso demonstrar a violação concreta.
Impactos Práticos da Decisão
Para Empresas e Empregadores
Redução de passivos trabalhistas com pedidos automáticos de dano moral.
Maior previsibilidade jurídica na fase de rescisão contratual.
Para Trabalhadores e Sindicatos
Necessidade de reunir provas efetivas (ex.: negativação indevida, prejuízos documentados).
Diminuição da presunção favorável, exigindo maior estratégia processual.
Para Advogados Trabalhistas
Exigência de atuação probatória mais robusta.
Maior relevância de teses sobre direitos da personalidade e impactos concretos.
Como Comprovar Dano Moral por Verbas Rescisórias Após o IRR 143
Elementos Necessários
Prova documental (extratos, negativações, notificações de cobrança).
Testemunhas que demonstrem prejuízos concretos.
Demonstração de constrangimento ou violação da dignidade.
Casos Práticos
Trabalhador que teve nome inscrito em cadastro de inadimplentes por não receber saldo rescisório.
Situação em que o atraso inviabilizou acesso a direitos básicos (ex.: aluguel, saúde).
Jurisprudência Comparada: Antes e Depois do IRR 143
Antes: TRTs reconheciam dano moral automaticamente pelo atraso.
Depois: Necessidade de comprovação concreta, alinhando a prática à tese vinculante.
Perguntas Frequentes sobre o IRR 143
1. Todo atraso em verbas rescisórias deixou de gerar dano moral?
Sim, agora é necessária a comprovação do prejuízo concreto.
2. Essa decisão tem efeito vinculante?
Sim, como incidente de recurso repetitivo, vincula todos os tribunais do país.
3. Ainda é possível pleitear dano moral?
Sim, desde que haja prova de violação a direitos da personalidade.
Conclusão e Recomendações
O IRR 143 do TST traz segurança jurídica para empresas e um desafio probatório maior para trabalhadores e advogados. A decisão afasta a presunção de dano moral in re ipsa, exigindo demonstração concreta.
👉 Para advogados, a chave será construir teses probatórias sólidas. Para empresas, é fundamental manter boas práticas de compliance trabalhista para reduzir riscos de litígios.